sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

SONHEI

Este artigo é público

14 de Outubro 2012

SONHEI




A ardósia ,o cheiro a giz,
o caderno de duas linhas
o borrão de tinta do aparo de bico de pardal,
o forro dos livros em papel de jornal.
A mala de madeira, porque a de papelão levou-a a agua
das manhãs de inverno pelo caminho enlameado,
doridos os pés de frio, que penetrava nos ossos
só saía, quando á braseira pelo fim da tarde
ou quando o verão chegava quente e tórrido
Prefácio de querer uma mudança
de procurar o que outros tinham
de encontrar o aconchego e disposição
para lutar..lutar .. lutar......lutar
mas a escada não deixava trepar
tens que parar... tens que parar
tens que deixar de pensar, de pensar
porque o teu pensar é copiar
Não, não vou seguir o que querem
vou para onde eu quero ir
vou voltar á minha ardósia, ao meu aparo
de bico de pardal ..
e vou seguir o meu caminho sem precisar
de repetir as vossas palavras
quero as minhas palavras do sonhar

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

AVÓS

 A alegria de ter,
um sorriso de criança
dentro da nosso lar,
um sentimento profundo,
faz-me sentir e pensar
como único avô do mundo.
... felicidade.
...... vaidade.
como eu há  tantos
avós, que se desdobram
nos afazeres do dia
acompanhando aos netos
...com  ternura e alegria....

Quero brincar com eles,
...como nunca brinqei em menino!!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ARVORES DE FOLHA CADUCA

Gosto das arvores de folha caduca
Que se vestem de rubro, amarelo ou castanho,
quando o outono chega,
Que as deixam cair a cobrir o chão…
.. ovais, estreitas, curtas ou compridas,
outras , as do meu gosto, em coração
Formando manto natural,
matiz que verde já fora,
Que purificaram o ar que respiramos
Que deram flores e frutos
Que tanto saboreamos

Gosto das arvores de folha caduca,
…sinónimos de mudança..
Dando-nos calendário de estação
Porque perderam ,
mas fortes se recompõem,
Brotando toda a sua força
Numa exuberância de verde,
novo nascimento
em produção de vida.
orgulhosas das suas novas folhas
resplandecem em florescência
..em quadro multicolor…
e frutos que nos oferecem
com seus sabores….

Gosto das arvores de folha caduca…

GRITO DOLOROSO

Hoje
minha alma pariu,
um grito silencioso
Numa angustia de revolta.
A revolta de não ter o poder:
De julgar, de impor e acabar.
De julgar esses irresponsáveis
Que dissiparam o povo,
culpados de gestão danosa…
De impor a reposição
do tesouro roubado ,
De acabar com a pobreza,
o desemprego,
a mendicidade exposta… e escondida….
Duma população sofrida..


Na rua principal da cidade
Ajoelhada no chão que todos pisam
Estendia a mão á caridade,
Era uma mãe portuguesa
Séria e amada
Apelando por pena
Para matar a fome,
a jovens e idosos,
á família desempregada.

Enquanto assim…, a minha alma
Vai parir gritos dolorosos !!

DIA DE FINADOS

A mágoa que suportas,
Não está nua,
Entrou no teu peito desprevenido,
Trouxe lembranças
Saudades dos carinhos de entes queridos,
..... tu que a sentes
num sofrimento interior
Que aperta o coração
Na grandeza da tua alma
Em dor.
A magoa que suportas
É bem humana,
Que eleva mais o teu espirito,
Fortalece os teus sentimentos
E Junta-te aqueles
Que poem aos mãos
Que se ajoelham
Que lembram os tempos idos
Que meditam em oração
.... pelos entes falecidos

PARA TI


Podes desfazer-te de tudo,
Até das essências do teu coração.
Podes soprar a saudade
Com forte gesto de emoção

Nada vale a pena o que possas fazer,
Nada te alisa o vinculo do passado.
Da terra mãe que te viu nascer,
A alma contem assento rendilhado


Com letras perfumadas de frutos e flores
Das acácias, mangas ….. tamarindos…
Num quadro feliz e multicolor
Daquelas tardes de fim de dias estivais
Quando nuvens fecham o sol em tons lindos
Entre momentos silenciosos e celestiais.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

DEI

2

 

Tiraram-me a alegria
Da árvore em florescência
Quando criança.
A força da natureza, em cada época
na adolescência.
Trilhei pelo caminho do tempo
Muitas vezes cortado sem definição,
Ergui pontes
Escalei montanhas
Sofri o que não padeci em guerra colonial.
Ouvi vozes repetidas
Silenciadas em forma ditatorial
Prossegui
Cumpri
sublimei
Amei
O tempo encheu a minha vida
De alegria em tristezas
De pior em melhor
E o que conquistei …dei
1962