quinta-feira, 21 de julho de 2022

EM TERRA DE GUERRA

A chorar e a tremer ..."  mamã tenho medo"...
grita a criança entre a poeira da deflagração,
que estoirou na terra onde vive e o viu nascer ,
á procura da mamã no meio da destruição...


Um soldado ,estrangeiro, em frente inerte e frio.
As ordens que recebeu dos supremos é matar,
seja quem for ,sem olhar á idade do "inimigo"
nem que o coração lhe peça para ajudar.

Chocou-o as palavras tristes e mendigas ,
Hesitou. tremeu ...mas não premeu o gatilho
Soltaram-lhe  lagrimas cheias, dolorosas.
Lembrou-se saudoso do seu pequeno filho.

Poisou a mortífera arma ,ajoelhou, abraçou-o 
e deu-lhe todas as bolachas da  mísera ração
Limpou os olhos e sai  sentido e disparado,
-Deus te dê sorte...- balbuciou com emoção.

Prosseguiu seu caminho predestinado
Onde a alma e o sentimento não dão sinal ,
e o homem se despoja do  que o sustenta,
E cai em fundo vazio de qualquer animal.

O menino ,ali ficou sozinho, desamparado,
carente  de carinho e a sua mãe abraçar
Ate que alguem de bem apareça e o proteja
antes de suja bala surgir  e sua vida acabar.




quinta-feira, 14 de julho de 2022

DIVAGANDO

Se, sou composto de Corpo e alma,
único conjunto real do meu ser,
 só sou  EU, nessa estrutural união,
Enquanto o meu corpo  sobreviver

Acreditando noutra vida apos a morte.
Apenas a alma a viverá livremente.
O corpo que praticou o mal e o bem,
Some-se na natureza completamente.


Nesta dicotomia entra a fé e a crença,
A alma, do corpo, borrão de registo pleno,
Será sentenciada, onde e como vai ficar,
 em misterioso lugar, após final terreno.

Só fazendo o bem, tira-nos as dúvidas,
E transmite-nos a paz e tranquilidade,
Numa alegoria de vida bem cumprida,
Que nos acompanhará na eternidade.

 1975
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