sábado, 14 de janeiro de 2023

NãO ME FALES ASSIM

Não me fales assim ,que me enervas.
Os anos que carrego, não suportam.
Não quero que todo o vivido se esgote,
 rirão os que por nós nada se importam.

Não me fales assim , não há razão,
que os nervos transformem teu rosto
e o tom da tua voz esconda pesar
enchendo minha alma de desgosto

Não me fales assim, não te fica bem 
e perdes tudo o que bom te ensinaram,
Dentro de invejável ambiente cultural,
Com saudade.. teus colegas louvaram 

Não me fales assim, o tempo encurta 
os belos dias são menos  em alegria.
Tudo o que for triste e aborrecido
reserva-lhe o direito de não ter dia.




segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

MUITOS ANOS

Linda das lindas daquele tempo ,
Singular ,entre tantas beldades.
Deixavas  quando ligeira passavas,
Aromas de muitas suavidades.

Gostei de ser teu amigo e  colega. 
Tinhas na voz doce...arte atractiva  
Lançavas amizade e camaradagem
Numa mistura de humilde e altiva.


Na corrida da vida deixei de te ver  
apos cincoenta anos que alegria,
Ao te encontrar e te reconhecer.

Todos os teus traços lá estão
Diferentes ,em exata armonia, 
conservaste os e são uma lição.
12












sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

SÓ EU VISLUMBRO

Sabes ,que entre as tuas rugas,
Vejo pedacitos da tua juventude,
Que  amando só eu vislumbro,
Em belo sentimento de gratitude.

Sabes ,que teu sorriso é igual
Ao que tinhas quando te conheci,
Que amando só eu vislumbro,
Desde a primeira vez que te vi

Sabes, que a meiguice  é a mesma,
Um pouco rica no modo de estar ,
Que amando só eu vislumbro,
No acto terno e sublime de amar.

Nada perdeste ,apesar da idade,
Diferente  na forma de mostrar,
Que amando só eu vislumbro,
No modo amante de aconchegar.








domingo, 25 de dezembro de 2022

EMBONDEIRO VIGILANTE

O embondeiro vigilante,
soberano, no alto do monte,  
donde a cidade se estende,
de séculos ao longo do rio,
desce dali até a ponte,
escrevi nele o meu nome
com o tempo já sumiu.
vigilante da velha torre da igreja,
em catedral investida.
o embondeiro soberano,
acolhia divertida gente,
que ao aeroclube chegava,
de velha e nova sociedade,
para passarem o serão,
saboreando bons sabores
entre conversas de amizade,
ou bailes em dias festivos,
abrindo em novos amores.
o embondeiro vigilante
tinha a seus pés  o rio,
deixou saudades
a quem não mais o viu.
1971

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

O SINO DA IGREJA

 O sino da igreja da minha freguesia
Já não dá o toque das avés marias,
Uniu se ao silencio do velho relógio
Que  parou, em hora dum passado dia.

As pessoas interiorizavam se ao toque
 alimentando o sentir de bem querer,
Fortalecendo a fé que orienta a vida,
no duro quotidiano que havia para fazer.

A missa ao domingo... tem pouca gente.
A televisão tirou-lhe muitos habituais,
Confortável privilégio, para idoso crente.

Alem do religioso subtraiu ao  povo
Amigáveis e boas conversas sociais,
Que davam  notícias de  muito de novo.

1999






segunda-feira, 21 de novembro de 2022

INSUSPEITO

Pelo fresco ao chegar o fim do dia
em magnifica terra de ares tropicais
as mesas do café ficavam cheias
de solteiros ,novos e velhos casais.

Convívios diários que naturalmente
entre groselhas   e cervejas geladas,
falava se  do quotidiano citadino
e da atriz de cinema mais afamada.

Mas. na mesa da luz mais resguardada,
casais alegres,  bem mais irreverentes,
o pé duma percorre a perna  errada.

Ele consente e dá-lhe lugar e jeito.
Procuram desviar-se do olhar de frente
para o contacto continuar insuspeito.

1963










NATIVOS

A Nação chamou-me  ao serviço militar 
Cumpri -o  com orgulho como miliciano.
Convivi com nativos e  migrantes,
Meu intimo tornou se muito mais humano.

A vida do nativo era bem peculiar,
 A agricultura era sua fonte de sustento.
E vendia grande parte dos produtos 
A cantineiro vizinho e de bom atendimento.

Não teve ensino escolar para aprender,
fazia bem as contas  a sua maneira.
engana-lo tinha mesmo que saber.

 Feliz com pouco...mas com liberdade,
o  orgulho étnico era a sua bandeira,
hasteando-a em danças  de felicidade.

1966