domingo, 13 de novembro de 2016

CRIATURA

Hoje perdeste o tino,
num bar vulgar da cidade.
Numa noitada ruidosa,
foste tudo para todos
os que quiseram
na mortiça luz
escura e assombrosa
deixaste de ser MulheR.

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MECANOGRAFA

Menina de tez morena
de raízes tropicais,
sorriso branco, rasgado,
lábios cheios, de traços
afro-originais,
irradia simpatia e mais,
no vestido de cor vivas
......................ajustado 
ressaltam a linhas do seu corpo
de feminina identidade, 
silenciam quem olha!
suavizam a máquina, 
no deve e haver,
da sua actividade
lança odores.
perfumosos,
de tanta intensidade
que afagam silenciosos
amores....................

DACTILOGRAFA

Era bonita a pose que impunhas
na arte de dactilografar
poisavas o cigarro, cuidadosamente,
antes que manchasses as unhas.
onde no filtro ,o rouge do teu batom,
dava fundo ao fumo, 
que o cinzeiro não continha
desordenadamente.
A elegância do teu porte,
a suavidade das mãos dactilografando
os seios eretos que, com sorte
não tocavam o teclado, justamente
quando te inclinavas em frente,
com a força do pensamento
escrevendo poemas de amor.
Ficaram por ai em papel branco
com cópia que o químico reproduziu
o tempo tirou-lhe a leitura
e o amarelo tomou conta do branco que fugiu.

MOMENTO ESCRITO

Perderam-se no tempo que nos muda,
nos horários rígidos
que nos afogam.
nas lérias de quem nada faz
encostado á sombra dum papel escrito
por uma universidade qualquer,
nas novelas irreais televisivas.

...os momentos de vida 
que poderíamos ter passado
com o sabor da alma da gente
com o gosto do corpo que sente
no mesmo lugar onde temos estado.

NADA


Ás vezes nada é tudo.
quando nada encerra
tudo aquilo que não te quero dizer,
quando a mancha negra invade o sentimento
quando a palavra se perde sem silabas,
quando a tua face enrubesce
e a tua voz trémula diz que diz tudo.
.... para mim foi nada que é tudo!

A VERDADE ATRASADA

A ambição gananciosa, duns teus filhos,
meu País... fez-te chorar.
desprezou os teus valores civilizadores
de historia humana e secular,
abandonou o rasto trabalhador
da lusa alma lusitana,
encurralou-os no fruto do seu suor,
entregues a ordens desumanas.
Contrariou a vontade democrática
que salivavam em discussões.
assinaram entregas territoriais
a bandos vendedores de ilusões
A história ainda não contou
a descolonização em verdade,
a história ainda não julgou
os culpados de tanta atrocidade.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

SENSIBILIDADE FEMININA

Perde-se a  mente, 
em fantasia erótica, 
entre rendas e saias 
dum tecido transparente
cheio de provocação,
que faz arreliar o corpo
que faz tremer o coração.
Essa arte feminina
de sensibilidade
não tem idade, nem corpo,
não tem peso, nem medida,
seja qual for a sua raça,
é inata, atraente e cheia de graça