sábado, 18 de novembro de 2017

MULHER E AS RUGAS D A IDADE




Duas negras perolas, que são raras
...são os teus olhos,
Enriquecidas pelas rugas da idade
Como gosto de vê-las, quando sorris.
..são uma brochura
de cartas de amor,
histórias, passagens..
momentos de sonho e de delírios
São esposa, mãe.... onde estiver
são felicidade, amor... e martírios

As rugas nunca as disfarces... MULHER
2012

terça-feira, 16 de maio de 2017

MORENA

 Gaiata de olhos verdes,
 Cabelos africanos enrolados,
Tês  achocolatada pela cor
gingona no andar, irreverente,
quebrava o olhar de toda a gente.
Com a sua capulana colorida,
colada ao seu corpo cinzelado
no rosto não mostrava
a  alegria   interior,
de orgulho e vaidade,
passava, deixando no ar,
fragrâncias  espalhadas
prestes a poisar,
Em coração sem idade




sábado, 6 de maio de 2017

OS BAILES DA ALDEIA

A alegria do povo
nos bailes da aldeia,
ao som do acordeão
ou da gaita de beiços
em ritmo folclórico,
os pares entrelaçavam-se
a dançar
criavam desejos sensuais
românticos de embalar
que a noite ofuscava,
espreitasse ou não o luar.
Juventude de sangue quente
que o tempo aproveitava
para sair da monotonia
em que vivia toda a gente.












terça-feira, 2 de maio de 2017

A mercearia da gente

A bata cinzenta
deixou de se ver,
O lápis de carvão
deixou de apontar
no livro de receber,
em dia de jorna do trabalhador,
que recebia, pagava e ficava
logo a dever.
A mercearia da gente,
da gente, de calça de cotim
de saia de sarja,
............remendadas,
para todas as estações
honesta e temente,
fechou
para toda a gente



domingo, 12 de fevereiro de 2017

AS CARTAS


Aprimoravas a caligrafia
quando escrevias uma carta,
rendilhadas letras,
para quem as lia,
via nelas flores,
coloridas saudades
da tua mocidade,
em cada, diferente
a palavra que usavas
batia com sentimento
independente.
Arderam, em rubra labareda,
palavra por palavra 
em fogo lento,
a tempo do calor as ler,
ficaram em cinza
de pó cinzento....
....deixaste de escrever.

sábado, 19 de novembro de 2016

TERRA PERFUMADA



Cheira-me a pó de terra vermelha,
A rio forte que corre velozmente,
Cheira-me á florescência da mangueira
A pêra goiaba....... a maçaniqueira 

Cheira-me a chuva diáfana e bondosa
e sinto encostado ao embondeiro
a natureza, o alimentar da minha alma.

Deixem-me ficar assim absorto
Aqui, onde a vida me ofereceu
A terra que viu nascer ,
Tudo o que sou e tudo o que é meu.

TETE- MENINA VAIDOSA



Só gostava de ti
quem contigo vivia,
eras quente, seca,
infante;
mas tinhas um abraço
aconchegante,
um beijo fresco
de água corrente,
quem te visitava, ficava,
esquecia a poeira
o calor ofegante.
Vi-te crescer, airosa
e quando começaste
a ter cada vez mais
roupa vaidosa
tive que te deixar
olhei para trás a lacrimejar

mas nunca mais te esqueci...