sábado, 6 de maio de 2017

OS BAILES DA ALDEIA

A alegria do povo
nos bailes da aldeia,
ao som do acordeão
ou da gaita de beiços
em ritmo folclórico,
os pares entrelaçavam-se
a dançar
criavam desejos sensuais
românticos de embalar
que a noite ofuscava,
espreitasse ou não o luar.
Juventude de sangue quente
que o tempo aproveitava
para sair da monotonia
em que vivia toda a gente.












terça-feira, 2 de maio de 2017

A mercearia da gente

A bata cinzenta
deixou de se ver,
O lápis de carvão
deixou de apontar
no livro de receber,
em dia de jorna do trabalhador,
que recebia, pagava e ficava
logo a dever.
A mercearia da gente,
da gente, de calça de cotim
de saia de sarja,
............remendadas,
para todas as estações
honesta e temente,
fechou
para toda a gente



domingo, 12 de fevereiro de 2017

AS CARTAS


Aprimoravas a caligrafia
quando escrevias uma carta,
rendilhadas letras,
para quem as lia,
via nelas flores,
coloridas saudades
da tua mocidade,
em cada, diferente
a palavra que usavas
batia com sentimento
independente.
Arderam, em rubra labareda,
palavra por palavra 
em fogo lento,
a tempo do calor as ler,
ficaram em cinza
de pó cinzento....
....deixaste de escrever.

sábado, 19 de novembro de 2016

TERRA PERFUMADA



Cheira-me a pó de terra vermelha,
A rio forte que corre velozmente,
Cheira-me á florescência da mangueira
A pêra goiaba....... a maçaniqueira 

Cheira-me a chuva diáfana e bondosa
e sinto encostado ao embondeiro
a natureza, o alimentar da minha alma.

Deixem-me ficar assim absorto
Aqui, onde a vida me ofereceu
A terra que viu nascer ,
Tudo o que sou e tudo o que é meu.

TETE- MENINA VAIDOSA



Só gostava de ti
quem contigo vivia,
eras quente, seca,
infante;
mas tinhas um abraço
aconchegante,
um beijo fresco
de água corrente,
quem te visitava, ficava,
esquecia a poeira
o calor ofegante.
Vi-te crescer, airosa
e quando começaste
a ter cada vez mais
roupa vaidosa
tive que te deixar
olhei para trás a lacrimejar

mas nunca mais te esqueci...

domingo, 13 de novembro de 2016

FLAUSINA

A tua cintura fina,
donde a saia caía
das torneadas ancas,
eram um elevo que sorria
nos lábios do complacente,
que esperava que ela
subisse, quando dançavas,
no meio de toda a gente,
onde marcavas presença
pela tua espontaneidade,
dando-te menos, que a tua idade,
o ritmo, tirava-te o sério,
num compasso da melodia.
e se o tempo assim deixasse.
ias... pela noite até ser dia
embalada pelo par que não escolhias

NAMORAR Á JANELA

Janela da rua branca,
orlada de azul celeste,
candeeiro rendilhado
pelas mãos de grão mestre.
Era ele que dava a hora
da nossa aproximação,
quando a luz se atrasava
uma pedrinha no vidro,
a tua voz despertava
a caminho da janela....
onde saboreávamos uma hora
sem sentir a temperatura
do tempo que constava,
palavras de vida futura,
aqueciam o nosso estado
a troca de longos beijos ,
sem conta da gente que passava,
aconchegos silenciosos,
aumentavam nossos sentidos 
que a parede impedia....
alongando a hora sumida..
O quente dos nossos lábios em ardor
obr
igava-nos a despedida…. 
até amanhã meu amor.